sexta-feira, 16 de setembro de 2011

O Mito da Caverna




Imaginemos uma caverna separada do mundo externo por um alto muro, cuja entrada permite a passagem da luz exterior. Desde seu nascimento, geração após geração, seres humanos ali vivem acorrentados, sem poder mover a cabeça para a entrada, nem locomover-se, forçados a olhar apenas a parede do fundo, e sem nunca terem visto o mundo exterior nem a luz do Sol.

Acima do muro, uma réstia de luz exterior ilumina o espaço habitado pelos prisioneiros, fazendo com que as coisas que se passam no mundo exterior sejam projetadas como sombras nas paredes do fundo da caverna. Por trás do muro, pessoas passam conversando e carregando nos ombros figuras de homens, mulheres, animais cujas sombras são projetadas na parede da caverna. Os prisioneiros julgam que essas sombras são as próprias coisas externas, e que os artefatos projetados são os seres vivos que se movem e falam. Um dos prisioneiros, tomado pela curiosidade, decide fugir da caverna. Fabrica um instrumento com o qual quebra os grilhões e escala o muro. Sai da caverna, e no primeiro instante fica totalmente cego pela luminosidade do Sol, com a qual seus olhos não estão acostumados; pouco a pouco, habitua-se à luz e começa ver o mundo. Encanta-se, deslumbra-se, tem a felicidade de, finalmente, ver as próprias coisas, descobrindo que, em sua prisão, vira apenas sombras. Deseja ficar longe da caverna e só voltará a ela se for obrigado, para contar o que viu e libertar os demais. Assim como a subida foi penosa, porque o caminho era íngreme e a luz ofuscante, também o retorno será penoso, pois será preciso habituar-se novamente às trevas, o que é muito mais difícil do que habituar-se à luz. De volta á caverna, o prisioneiro será desajeitado, não saberá mover-se nem falar de modo compreensível para os outros, não será acreditado por eles e correrá o risco de ser morto pelos que jamais abandonaram a caverna.

A caverna, diz Platão, é o mundo sensível onde vivemos. A réstia de luz que projeta as sombras na parede é um reflexo da luz verdadeira (as idéias) sobre o mundo sensível. Somos os prisioneiros. As sombras são as coisas sensíveis que tomamos pelas verdadeiras. Os grilhões são nossos preconceitos, nossa confiança em nossos sentidos e opiniões. O instrumento que quebra os grilhões e faz a escalada do muro é a dialética. O prisioneiro curioso que escapa é o filósofo. A luz que ele vê é a luz plena do Ser, isto é, o Bem, que ilumina o mundo inteligível como o Sol ilumina o mundo sensível. O retorno à caverna é o diálogo filosófico. Os anos despendidos na criação do instrumento para sair da caverna são o esforço da alma, descrito na Carta Sétima, para produzir a "faísca" do conhecimento verdadeiro pela "fricção" dos modos de conhecimento. Conhecer é um ato de libertação e de iluminação.

O Mito da Caverna apresenta a dialética como movimento ascendente de libertação do nosso olhar que nos libera da cegueira para vermos a luz das idéias. Mas descreve também o retorno do prisioneiro para ensinar aos que permaneceram na caverna como sair dela. Há, assim, dois movimentos: o de ascensão (a dialética ascendente), que vai da imagem à crença ou opinião, desta para a matemática e desta para a intuição intelectual e à ciência; e o de descensão (a dialética descendente), que consiste em praticar com outros o trabalho para subir até a essência e a idéia. Aquele que contemplou as idéias no mundo inteligível desce aos que ainda não as contemplaram para ensinar-lhes o caminho. Por isso, desde Mênon, Platão dissera que não é possível ensinar o que são as coisas, mas apenas ensinar a procurá-las.

Os olhos foram feitos para ver; a alma, para conhecer.

Os primeiros estão destinados à luz solar; a segunda, à fulguração da idéia. A dialética é a técnica liberadora dos olhos do espírito.

O relato da subida e da descida expõe a paidéia como dupla violência necessária: a ascensão é difícil, dolorosa, quase insuportável; o retorno à caverna, uma imposição terrível à alma libertada, agora forçada a abandonar a luz e a felicidade. A dialética, como toda a técnica, é uma atividade exercida contra uma passividade, um esforço (pónos) para concretizar seu fim forçando um ser a realizar sua própria natureza.

No Mito, a dialética faz a alma ver sua própria essência (eîdos) - conhecer - vendo as essências (idéia) - o objeto do conhecimento -, descobrindo seu parentesco com elas. 

A violência é libertadora porque desliga a alma do corpo, forçando-a a abandonar o sensível pelo inteligível.

O Mito da Caverna nos ensina algo mais, afirma o filósofo alemão Martin Heidegger, num ensaio intitulado "A doutrina de Platão sobre a verdade", que interpreta o Mito como exposição platônica do conceito da verdade. Deste ensaio, destacamos alguns aspectos:

1) O Mito da Caverna estabelece uma relação interna ou intrínseca entre a paidéia e a alétheia: a filosofia é educação ou pedagogia para a verdade. O Mito propõe uma analogia entre os olhos do corpo e os olhos do espírito quando passam da obscuridade à luz: assim como os primeiros ficam ofuscados pela luminosidade do Sol, assim também o espírito sofre um ofuscamento no primeiro contato com a luz da idéia do Bem que ilumina o mundo das idéias. A trajetória do prisioneiro descreve a essência do homem (um ser dotado de corpo e alma) e sua destinação verdadeira (o conhecimento das idéias). Esta destinação é seu destino: o homem está destinado à razão e à verdade. Por que, então, a maioria permanece prisioneira da caverna? Porque a alma não recebe a paidéia adequada à destinação humana. Assim, a paidéia, alegoricamente descrita no mito, é "uma conversão no olhar", isto é, a mudança na direção de nosso pensamento, que, deixando de olhar as sombras (pensar sobre as coisas sensíveis), passa a olhar as coisas verdadeiras (pensar nas idéias). E, observa Heidegger, não foi por acaso que Platão escolheu a palavra eîdos para designar as idéias ou formas inteligíveis, pois eîdos significa: figura e forma visíveis. O eîdos é o que o olho do espírito, educado, torna-se capaz de ver.

2) O Mito da Caverna recupera o antigo sentido da alétheia como não-esquecimento e não-ocultamento da realidade. Alétheia é o que foi arrancado do esquecimento e do ocultamento, fazendo-se visível para o espírito, embora invisível para o corpo. A verdade é uma visão, visão da idéia, do que está plenamente visível para a inteligência e, por ser visão plena, a verdade é evidência.

3) A idéia do Bem, correspondente ao Sol, não só ilumina todas as outras, isto é, torna todas as outras visíveis para o olho do espírito, mas é também a idéia suprema, tanto porque é a visibilidade plena quanto porque é a causa da visibilidade de todo o mundo inteligível. A filosofia, conhecimento da verdade, é conhecimento da idéia do Bem, princípio incondicionado de todas as essências. Assim como o Sol permite aos olhos ver, assim o Bem permite à alma conhecer. A luz é a meditação entre aquele que conhece e o aquilo que se conhece.

4) O Mito possui ainda um outro sentido pelo qual compreendemos por que Platão é o inventor da razão ocidental. De fato, na origem (como vimos em nosso primeiro capítulo), 
a palavra alétheia é uma palavra negativa (a - létheia), significando o não esquecido, não escondido. Com o Mito da Caverna, porém, a verdade, tornando-se evidência ou visibilidade plena e total, faz com que a alétheia perca o antigo sentido negativo e ganhe um sentido positivo ou afirmativo. Em lugar de dizermos que o verdadeiro é o não escondido, Platão nos leva a dizer que a verdade é o plenamente visível para o espírito. A verdade deixa de ser o próprio Ser manifestando-se para tornar-se a razão que, pelo olhar intelectual, faz da idéia a essência inteiramente vista e contemplada, sem sombras. A verdade se transfere do Ser para o conhecimento total e pleno da idéia do Bem. Com isto, escreve Heidegger, 
a verdade dependerá, de agora em diante, do olhar correto, isto é, do olhar que olha na direção certa, do olhar exato e rigoroso. Exatidão, rigor, correção são as qualidades e propriedades da razão, no Ocidente. A verdade e a razão são theoría, contemplação das idéias quando aprendemos a dirigir o intelecto na direção certa, isto é, para o conhecimento das essências das coisas.

Platão  Fonte: O Cortiço Filosófico



Publicado por Alimente o cérebro 

O mito da caverna, escrito há quase 2500 anos, também chamada de Alegoria da caverna,foi escrito pelo filósofo Platão, e encontra-se na obra intitulada A República (livro VII).

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Albert Einstein


Albert Einstein

Biografia deste importante cientista do século XX, conhecimentos científicos, teoria da relatividade,  foto do cientista, Prêmio Nobel de física, arma nuclear, física nuclear, ciências.

Albert Einstein: o pai da Teoria da Relatividade
Einstein nasceu na Alemanha no ano de 1879. Ele foi físico e matemático e até hoje é conhecido pela sua genialidade. 
Com sua Teoria da Relatividade mudou o pensamento da humanidade a respeito de tempo e espaço. Esta foi apresentada por ele no ano de 1905, sendo reapresentada com mais informações no ano de 1915. A partir daí, soube-se que era possível criar uma potente arma nuclear.
Em 1921, esta notável figura recebeu o Prêmio Nobel de Física ao explanar sua teoria quântica, que apresentava esclarecimentos sobre o efeito fotoelétrico. 
Este brilhante físico e matemático era de origem judia, e, como todo povo judeu, ele foi perseguido pelos nazistas; contudo, ele conseguiu deixar a Alemanha, passando primeiramente pela Inglaterra, e, posteriormente, estabeleceu sua moradia nos Estados Unidos, onde se naturalizou cidadão americano. 
Einstein entristeceu-se profundamente ao ver as conseqüências desastrosas da bomba nuclear, e, uma semana antes de sua morte, relatou este fato em uma carta escrita a Bertrand Russel, onde pedia que seu nome fosse colocado numa petição onde clamava para que a produção de armas nucleares fosse abandona. 
Este grande homem, que tanto contribuiu com sua genialidade, passou os últimos anos de sua vida em busca de uma teoria onde pudesse trabalhar ao mesmo tempo com a matemática e com as leis da Física. Contudo, sua busca não pôde ser concluída, pois, em 1955, o mundo perdeu este cientista de cérebro brilhante.




Frases de Einstein:


"Há uma força motriz mais poderosa que o vapor, a eletricidade e a energia atômica: à vontade."

"A raiva reside apenas no peito dos tolos."

"No meio da confusão, encontre a simplicidade. A partir da discórdia, encontre a harmonia. No meio da dificuldade reside a oportunidade."

"Não basta ensinar ao homem uma especialidade, porque se tornará assim uma máquina utilizável e não uma personalidade. É necessário que adquira um sentimento, um sentido prático daquilo que vale a pena ser empreendido, daquilo que é belo, do que é moralmente correto."

"Eu quero saber como Deus criou este mundo. Não estou interessado neste ou naquele fenômeno, no espectro deste ou daquele elemento. Eu quero conhecer os pensamentos Dele, o resto são detalhes."

"Dificuldades e obstáculos são fontes valiosas de saúde e força para qualquer sociedade."

"Quando agredida, a natureza não se defende. Apenas se vinga."

"Deveríamos tomar cuidado para não fazer do intelecto o nosso deus; ele tem, naturalmente, músculos poderosos, mas nenhuma personalidade."

"A leitura, após certa idade, distrai excessivamente o espírito humano de suas reflexões criadoras. Todo o homem que lê demais e usa o cérebro de menos, adquire a preguiça de pensar."

"O primeiro dever da inteligência é desconfiar dela mesma."

"Não sei por que todos me adoram se ninguém entende minhas ideias."

"Qualquer tolo inteligente consegue fazer coisas maiores e mais complexas. É necessário um toque de gênio e muita coragem para ir na direção oposta."

"Se quer viver uma vida feliz, amarre-se a uma meta, não às pessoas nem as coisas."

"Educação é o que resta depois de ter esquecido tudo que se aprendeu na escola."

"Meu ideal político é a democracia, para que todo homem seja respeitado como indivíduo e nenhum venerado."

"Sem cultura moral não haverá nenhuma saída para os homens."

"Falta de tempo é desculpa daqueles que perdem tempo por falta de métodos."

"A personalidade criadora deve pensar e julgar por si mesma, porque o progresso moral da sociedade depende exclusivamente da sua independência."

"Nossa tarefa deveria ser nos libertarmos... aumentando o nosso circulo de compaixão para envolver todas as criaturas viventes, toda a natureza e sua beleza."

"Não posso imaginar um Deus a recompensar e a castigar o objeto de sua criação."

"Se as pessoas são boas só por temerem o castigo e almejarem uma recompensa, então realmente somos um grupo muito desprezível."

"O estudo, a busca da verdade e da beleza são domínios em que nos é consentido sermos crianças por toda a vida."

"O azar não existe; Deus não joga dados."

"Poucos são aqueles que vêem com seus próprios olhos e sentem com seus próprios corações."

"A alegria de ver e entender é o mais perfeito dom da natureza."



Pode ser que um dia deixemos de nos falar...
Mas, enquanto houver amizade,
Faremos as pazes de novo.

Pode ser que um dia o tempo passe...
Mas, se a amizade permanecer,
Um de outro se há-de lembrar.

Pode ser que um dia nos afastemos...
Mas, se formos amigos de verdade,
A amizade nos reaproximará.

Pode ser que um dia não mais existamos...
Mas, se ainda sobrar amizade,
Nasceremos de novo, um para o outro.

Pode ser que um dia tudo acabe...
Mas, com a amizade construiremos tudo novamente,
Cada vez de forma diferente.
Sendo único e inesquecível cada momento
Que juntos viveremos e nos lembraremos para sempre.

Há duas formas para viver a sua vida:
Uma é acreditar que não existe milagre.
A outra é acreditar que todas as coisas são um milagre.

Albert Einstein



“O único homem que está isento de erros, é aquele que não arrisca acertar. Faça as coisas o mais simples que você puder, porém não se restrinja às mais simples. Pois a palavra progresso não terá sentido algum enquanto houver crianças infelizes.”

Albert Einstein


“Meu laboratório é aqui.”

Obs: Resposta dada por Einstein apontando para uma caneta que tirou do bolso. Na ocasião, ele era pesquisador e professor em Princeton e um grupo de estudantes perguntou-lhe onde se localizava seu laboratório.




Frases de Einstein:


“Diante de Deus todos somos igualmente sábios e igualmente tolos.”

“Procure ser um homem de valor em vez de ser um homem de sucesso.”

“Grandes almas sempre encontraram forte oposição de mentes medíocres.”

“Eu quero saber como Deus criou este mundo. Não estou interessado neste ou naquele fenômeno, no espectro deste ou daquele elemento. Eu quero conhecer os pensamentos Dele, o resto são detalhes.”

“Estranha é nossa situação aqui na Terra. Cada um de nós vem para uma curta passagem, sem saber por que, ainda que algumas vezes tentando adivinhar um propósito. Do ponto de vista da vida cotidiana, porém, de uma coisa sabemos: o homem está aqui pelo bem de outros homens – acima de tudo daqueles de cujos sorrisos e bem-estar nossa própria felicidade depende”

“Quando um homem é capaz de guiar o automóvel em perfeita segurança enquanto beija uma mulher bonita, simplesmente deixa de dar ao beijo a atenção que merece”

“Só é sábio quem ensina a amar”

"Somente duas coisas são infinitas: o Universo e a estupidez humana. E não estou seguro quanto à primeira."


“A única coisa que interfere com meu aprendizado é a minha educação. Educação é o que resta depois de ter esquecido tudo que se aprendeu na escola.”

“Penso 99 vezes e nada descubro. Deixo de pensar, mergulho no silêncio, e a verdade me é revelada.”

“A imaginação é mais importante do que o conhecimento.”

"Faça as coisas o mais simples que você puder, porém não se restrinja às mais simples."

“É estranho que eu, que escrevi livros impopulares, tenha me transformado numa personagem tão popular.”

“A ciência sem a religião é paralítica. A religião sem a ciência é cega.”

"A palavra progresso não terá sentido enquanto houver crianças infelizes."

“Às vezes me pergunto como pôde ter acontecido de eu ter sido o único a desenvolver a Teoria da Relatividade. A razão creio eu, é que um adulto normal nunca pára para pensar sobre problemas de espaço e tempo.”

“Deus é a Lei e o legislador do Universo.”

“Os problemas significativos com os quais nos deparamos não podem ser resolvidos no mesmo nível de pensamento em que estávamos quando eles foram criados”

“A imaginação é mais importante que o conhecimento.”

“A maioria de nós prefere olhar para fora e não para dentro de si próprio.”

"Nem tudo que se enfrenta pode ser modificado, mas nada pode ser modificado até que seja enfrentado."

"Ás vezes, não sei se o louco sou eu, ou se são os outros."

“Os ideais que iluminaram o meu caminho são a bondade, a beleza e a verdade.”

“A imaginação é mais importante que a ciência, porque a ciência é limitada, ao passo que a imaginação abrange o mundo inteiro.”

“O único lugar onde o sucesso vem antes do trabalho é no dicionário.”



Um ano antes de morrer, o célebre físico Albert Einstein escreveu, em 24 de março de 1954, uma carta ao filósofo judeu Eric B. Gutkind, expressando sua visão sobre o povo judeu, as religiões e a existência de Deus. O documento estará em leilão no eBay de 8 a 18 de outubro, com lance inicial de US$ 3 milhões (mais de R$ 6 milhões).

“Estamos excitados por oferecer a uma pessoa ou organização a oportunidade de possuir um dos documentos mais intrigantes do século 20″, disse Eric Gazin, presidente da Auction House (agência que está cuidando da venda), em entrevista ao LiveScience. “Esta carta pessoal de Einstein representa um nexo entre ciência, teologia, razão e cultura”.

Einstein x Deus e as religiões

A carta era uma resposta do físico ao livro de Gutkind “Choose Life: The Biblical Call to Revolt” (“Escolha a Vida: A Chamada Bíblica à Revolta”), no qual o filósofo sustentava a ideia de que os judeus eram um povo de “alma incorruptível”. “A alma do povo judeu nunca foi uma alma de massas. A alma de Israel não poderia ser hipnotizada; nunca sucumbiu a ataques hipnóticos (…). A alma de Israel é incorruptível”, escreveu.

Einstein não concordava: “Para mim, a religião judaica é, da mesma forma que todas as outras, uma incarnação das superstições mais infantis. E o povo judeu, ao qual eu pertenço com boa vontade, e que tem uma mentalidade com a qual tenho uma afinidade profunda, não tem, para mim, uma qualidade que o difere de qualquer outro povo. Até onde minha experiência vai, ele também não é melhor que outros grupos humanos, embora esteja protegido dos piores cânceres por falta de poder. Fora isso, não consigo ver nada de ‘escolhido’ sobre ele”.

No final de sua vida, Einstein se mostrou contrário às religiões. Mas ele acreditava em Deus? Não exatamente, como se lê em uma carta escrita em 24 de março daquele mesmo ano: “Foi, é claro, uma mentira o que você leu sobre minhas convicções religiosas, uma mentira que foi repetida de forma sistemática. Eu não acredito em um Deus pessoal, nunca neguei isso, mas expressei de forma clara. Se algo em mim pode ser chamado de religioso, é minha ilimitada admiração pela estrutura do mundo que nossa ciência é capaz de revelar”.

Na carta a Gutkind, Einstein disse que a palavra “Deus” nada mais era do que “a expressão e produto da fraqueza humana, e a Bíblia, uma coleção de honoráveis, porém primitivas lendas que eram no entanto bastante infantis”.

Os souvenirs de Einstein

Em 2008, um comprador não identificado adquiriu a “carta sobre Deus” num leilão em Londres (Inglaterra) por 404 mil dólares (cerca de R$ 808 mil), valor 25 vezes maior do que o inicial estimado.

Atualmente, o documento está guardado em uma instituição acadêmica especializada em preservação de patrimônios culturais. Sua legitimidade não é questionada, e a carta ainda está em seu envelope original, com um carimbo e um selo de Princeton, Nova Jersey (EUA).

Em março deste ano, uma grande coleção de documentos pessoais e científicos do físico foi disponibilizada online, graças a um esforço conjunto da Albert Einstein Archives (da Universidade Hebraica de Jerusalém, Israel) e do Einstein Papers Project (do Instituto de Tecnologia da Califórnia, EUA). Entre os arquivos, está um dos três manuscritos originais contendo a famosa equação E = mc².[LiveScience] [eBay]


Sigmund Freud


Sigmund Freud

Neurologista e psiquiatra austríaco (6/5/1856-23/9/1939). É o fundador da psicanálise. Nasce em Freiburg, na Morávia, e estuda medicina em Viena. Em 1885 vai para Paris, onde se dedica ao estudo da histeria e ao uso da hipnose no tratamento de distúrbios mentais. De volta a Viena, em 1886, passa a buscar explicações psicológicas para as desordens mentais, atividade que denomina psicanálise.
Em Estudos sobre Histeria (1895), descreve os sintomas da doença como manifestação de energia emocional não descarregada, ligada a traumas psíquicos esquecidos. Substitui a hipnose pela análise dos sonhos e pelo processo mental de associação de idéias para revelar o papel do inconsciente na raiz do distúrbio.

Suas teses sobre a participação do inconsciente nas ações humanas e sobre a relação dos impulsos sexuais com as neuroses atraem a crítica do meio científico, o que não o impede, no entanto, de usar suas teorias para interpretar a cultura, a mitologia, a religião, a arte e a história do passado e de seu tempo. Em 1903 funda a Sociedade Psicanalítica de Viena e ganha adeptos. Em 1938, com a Áustria ocupada pelos alemães, foge para a Inglaterra, como tantos outros judeus. Morre em Londres no ano seguinte. 


                           Frases de Freud:

"O artista busca com sua obra recuperar em parte o que foi perdido."

"Os poetas são exceções de um mundo adulto que parou de brincar.”

"Os adultos substituem o ato de brincar por fantasias e devaneios, guardando-os, na maior parte das vezes em segredo. Já os poetas, eles compartilham seus segredos, e assim exercem a importante função de nos abrir um campo imenso de imagens e prazeres que conhecemos, mas jamais teríamos a coragem de revelar publicamente."

"O poeta é aquele que faz o que sonhamos fazer. Seu ato de criação, desenha outro mundo possível."

"No domínio da ficção, encontramos a pluralidade de vidas das quais precisamos."

“Podemos morrer como o herói com o qual nos identificamos – entretanto, sobrevivemos a ele e estamos prontos a morrer de novo junto com outro herói, enquanto permanecemos são e salvos.”

“É a ciência que não resiste diante da obra do poeta.”

“O conflito entre sujeito e cultura não é outra coisa senão o preço pago pelo homem civilizado, que deve restringir-se, domesticar-se e resignar-se se quer viver entre outros. Para Freud esse é o pressuposto da vida social e política em qualquer tempo e lugar.”

“Aonde quer que eu vá, eu descubro que um poeta esteve lá antes de mim.”

“Cães amam seus amigos e mordem seus inimigos, bem diferente das pessoas, que são incapazes de sentir amor puro e têm sempre que misturar amor e ódio em suas relações.”

“Não permito que nenhuma reflexão filosófica me tire à alegria das coisas simples da vida.”

"O caráter de um homem é formado pelas pessoas que escolheu para conviver."

“Um dia, quando olhares para trás, verás que os dias mais belos foram aqueles em que lutaste.”

“Não me cabe conceber nenhuma necessidade tão importante durante a infância de uma pessoa que a necessidade de sentir-se protegido por um pai.”

“Não posso imaginar que uma vida sem trabalho seja capaz de trazer qualquer espécie de conforto. A imaginação criadora e o trabalho para mim andam de mãos dadas; não retiro prazer de nenhuma outra coisa.”

“O instinto de amar um objeto demanda a destreza em obtê-lo, e se uma pessoa pensar que não consegue controlar o objeto e se sentir ameaçado por ele, ela age contra ele.”



“Todo tratamento psicanalítico é uma tentativa para libertar o amor recalcado.”

"O homem é dono do que cala e escravo do que fala.” 

“O sonho é a estrada real que conduz ao inconsciente.”

“A nossa civilização é em grande parte responsável pelas nossas desgraças. Seríamos muito mais felizes se a abandonássemos e retornássemos às condições primitivas.”

"Existe duas maneiras de ser feliz nesta vida: uma é fazer-se de idiota e a outra sê-lo."

“O novo sempre despertou perplexidade e resistência.”

“A inteligência é o único meio que possuímos para dominar os nossos instintos.”

“Se quiseres poder suportar a vida, fica pronto para aceitar a morte.”

“Podemos nos defender de um ataque, mas somos indefesos a um elogio.”

“A renúncia progressiva dos instintos parece ser um dos fundamentos do desenvolvimento da civilização humana.”

“Nunca dominaremos completamente a natureza, e o nosso organismo corporal, ele mesmo parte desta natureza, permanecerá sempre como uma estrutura passageira, com limitada capacidade de realização e adaptação.”

“Quem não ama adoece!"

“O falso é às vezes a verdade de cabeça para baixo.”

“Não somos apenas o que pensamos ser.
Somos mais; somos também, o que lembramos e aquilo de que nos esquecemos;
somos as palavras que trocamos, os enganos que cometemos,os impulsos a que cedemos, "sem querer".

"Fui um homem afortunado; na vida nada me foi fácil."

“O homem enérgico e que é bem sucedido é o que consegue transformar em realidades as fantasias do desejo.”

O único registro de áudio de Sigmund Freud, 1938



Em 7 de dezembro de 1938, uma equipe de rádio da BBC visitou Sigmund Freud em sua nova casa em Hampstead, norte de Londres. Freud mudou-se para Inglaterra apenas alguns meses antes de escapar da anexação nazista da Áustria. Ele tinha 81 anos e sofria de câncer de mandíbula incurável. Cada palavra era uma agonia para falar. Menos de um ano depois, quando a dor se tornou insuportável, Freud pediu a seu médico para administrar uma dose letal de morfina. A gravação BBC é a única gravação conhecida de áudio de Freud, o fundador da psicanálise e uma das figuras proeminentes intelectuais do século 20. Em Inglês com forte sotaque, ele diz:





“Eu comecei a minha atividade profissional como neurologista, tentando trazer alívio aos meus pacientes neuróticos. Sob a influência de um amigo mais velho e por meus próprios esforços, descobri alguns fatos novos e importantes sobre o inconsciente na vida psíquica, o papel dos impulsos instintivos, e assim por diante. 

A partir dessas descobertas cresceu uma nova ciência, a psicanálise,uma parte da psicologia, e um novo método de tratamento das neuroses. Eu tive que pagar caro por isso um pouco de boa sorte. 

As pessoas não acreditam nos meus fatos e minhas teorias. A resistência era forte e implacável. No final, consegui adquirir alunos e criar uma Associação Psicanalítica Internacional. Mas a luta ainda não acabou”. - Sigmund Freud.